Cacos sobre as calçadas da Rua da República, cacos na xícara de café, na fumaça do cigarro, no banco do ônibus... cacos arranhando garganta e olhos, cacos que rasgam a garganta... cacos nas músicas do Gentle Waves, cacos sobre o carpete, cacos no lugar de estrelas de um céu sem nuvens nem lua, cacos no teclado do computador, no cheiro de sopa na cozinha, cacos sobre mesa e pratos, sobre a cama arrumada, cacos que respingam com a voz embargada, cacos que rasgam almas em pedacinhos.
Esta é a mala de couro que contém a famosa coleção. Reparem nas minhas mãos, vazias. Meus bolsos também estão vazios. Meu chapéu também está vazio. Vejam. Minhas mangas. Viro de costas, dou uma volta inteira. Como todos podem ver, não há nenhum truque, nenhum alçapão escondido, nem jogos de luz enganadores. Ana Cristina Cesar
22 septembre 2006
DA ARTE DE MASTIGAR VIDRO
Cacos sobre as calçadas da Rua da República, cacos na xícara de café, na fumaça do cigarro, no banco do ônibus... cacos arranhando garganta e olhos, cacos que rasgam a garganta... cacos nas músicas do Gentle Waves, cacos sobre o carpete, cacos no lugar de estrelas de um céu sem nuvens nem lua, cacos no teclado do computador, no cheiro de sopa na cozinha, cacos sobre mesa e pratos, sobre a cama arrumada, cacos que respingam com a voz embargada, cacos que rasgam almas em pedacinhos.
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1 commentaire:
nossa, entrei aqui e achei um post recent. sorte. tenho cacos debaixo das palpebras. beijocas
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