
Esta é a mala de couro que contém a famosa coleção. Reparem nas minhas mãos, vazias. Meus bolsos também estão vazios. Meu chapéu também está vazio. Vejam. Minhas mangas. Viro de costas, dou uma volta inteira. Como todos podem ver, não há nenhum truque, nenhum alçapão escondido, nem jogos de luz enganadores. Ana Cristina Cesar
31 août 2005
I see dead cats...

30 août 2005
nine million rainy days

Dias de chuva interminável e eu penso que não precisamos ver esses dias assim, tão cinzentos. De manhã, eu via a cidade passando pela janela do metrô, o céu escuro, mas as coisas brilhavam e as cores eram mais vivas, como se tivessem sido lavadas. Tudo lá fora parecia limpo, o que é uma grande mentira. Mas finjamos um pouco, afinal aqui é o meu mundo de ficção [o mais verdadeiro que eu conheço]. Cedo demais para sonhar, mas as mãos eram reais, o rosto real e os olhos e o sorriso que falam, brilhando, bem diante de mim. Nunca vi isso antes. Um silêncio que brilha, debaixo do guarda-chuva. O pianinho de Belle & Sebastian fazendo a trilha sonora que não sai da cabeça. Qual era mesmo o significado da expressão "chovendo cães e gatos"? Nota-se que fiquei desorientado.
17 août 2005
Spielberg e os brincos de argola

09 août 2005
Leis da Física
Hoje mesmo eu pensava [ou era a idéia de um pensamento, aqueles lampejos...] - olhando pela janela do ônibus a cidade pegajosa de umidade e frio - que não escrevo aqui há um bom tempo. Mas não que eu não tenha escrito, porque já escrevi um bocado de cartas por esses dias. Está quase tudo nelas, aos fragmentos. Tenho cartas que não enviei, tem cartas em envelopes, tem cartas incompletas, cartas fora do baralho, cartas na manga. Confesso que estou mergulhado em completo silêncio. Meus pensamentos são folhas de papel em branco. Uma paralisia que, à primeira vista, até poderia se assemelhar a alguma espécie de transe ou contemplação. Mas não é nada disso. Essa paralisia silenciosa é universalmente conhecida como inércia.
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