Esta é a mala de couro que contém a famosa coleção. Reparem nas minhas mãos, vazias. Meus bolsos também estão vazios. Meu chapéu também está vazio. Vejam. Minhas mangas. Viro de costas, dou uma volta inteira. Como todos podem ver, não há nenhum truque, nenhum alçapão escondido, nem jogos de luz enganadores. Ana Cristina Cesar
13 juin 2006
stereoplastificada
Sentada no chão da sala, de pijamas, ela fuma um cigarro atrás do outro. É um domingo, três da tarde no celular. Timidamente, ela espia, por entre as cortinas – olhos cheios de sono –, o dia azul & cinza lá fora (dentro dela, apenas cinza), como se fosse uma festa da qual não tivesse muita vontade de participar. “Por que me sinto paralisada, plastificada de medo?”- Parece uma louca falando sozinha, ouvindo Stereoplasticos sem parar.
Ainda não acordou direito. Para ela, a manhã está apenas começando, seu relógio biológico diz que ainda é cedo. Em voz alta, ela pensa: “acorda, vai limpar logo essa sujeira! Pega mal se alguém te ver agora e te encontrar assim, com todos esses pedaços de coração espalhados pela casa”. Então, ela vai até o quarto, buscar o aspirador. Não sem antes acender outro cigarro e ouvir “Lonas Bicolores” mais uma vez.
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