Talvez eu tenha escrito em tinta invisível
Oh, eu tenho tentado pensar
Como posso fazer reaparecer...
Mas outra ilustração se perdeu
Pois os resultados são os mesmos
Sinto-me como um fantasma que tenta mover suas mãos
Em um "jogo do copo" na esperança de soletrar meu nome...
Aimee Mann, "Invisible Ink"
Havia um gosto de nostalgia nas músicas de Aimee Mann. "É meu antídoto", ela dizia. Ouvir Aimee e Fiona Apple lhe aliviavam o coração. No entanto, engraçado, essas músicas, agora, soam tão tristes. A voz de Aimée mais parece um lamento, ecoando pelo vazio, pela ausência. O coração encolhe, o estômago encolhe, a alma encolhe. "Estou perdida no tempo...". Escreve cartas que caem no fundo de um poço. Abre as janelas e o que vê é tão somente o fundo de um poço. "Drops de Abril" do Chacal à janela do ônibus. "Vou roubar esses poemas pra ela", pensou. As fotos no álbum não são mais as mesmas. Perdeu a alma na sala de embarque. "Tenho a mania terrível de aumentar as coisas ruins que acontecem comigo...". Esconde todos os rastros, os restos dentro de uma gaveta. Mas onde esconder a gaveta? "Escreverei cartas com tinta invisível, escreverei uma história invísivel". Corre para a rua. "Quem sabe os céus ao entardecer não me dizem alguma coisa, alguma palavra... mágica?". Ela olha para cima, olha para os lados, olha para trás. Os céus haviam se tornado invisíveis. Quem acreditará numa história invisível?