04 janvier 2005

Por Trás Das páginas de Dostoiévski

"Hoje de manhã, eu acordei
Sozinho pensei
Onde está o arco-íris
Já não sei se você é o arco-íris..." [Arnaldo Baptista]

Hoje de manhã, encarei o mundo por trás das páginas de "O Jogador", do Dostoiévski, tentando desviar-me dos olhares de espanto no metrô e no ônibus. Paciência. Pode ser o cabelo. Pode ser a camiseta do Joy Division. Devo estar assustador. Ontem, vi um filme que não gostei, apesar de francês: "Nathalie...". Desperdício de elenco, apesar dos esforços de Emanuelle Béart para tentar erguer os cadáveres de Depardieu e Ardant [se ao menos tivessem escolhido Isabelle Huppert...].
Dezembro foi o canto do cisne que janeiro se encarregou impiedosamente de afogar. Assassinou-o logo no primeiro ato. Os sonhos que tive pareciam tão palpáveis... e os vejo sendo arrastados como os mortos da Indonésia. Corpos e lixo. Negra água salgada. Agora, olho para um dos lados e, num sobressalto, vejo apenas a poltrona do cinema vazia. Olho para o outro e avisto os mergulhadores encerrarem suas buscas ao Monstro do Lago Ness. Todos os meus esforços desperdiçados, um a um. E você, alheia a tudo, tão interessada nos livros que você revira desesperadamente pelas prateleiras, sem encontrar resposta. Reconheço a minha pretensão. Hora de virar a página. A dona irá reclamar pelo seu livro.

1 commentaire:

Dane a dit…

quem é essa Você,.,,se não for eu quero explicações e se for eu acho lindo quando vc se deixa escrever solto,sem nenhum propósito definitvo e mesmo que o tenho adoro quando se perde dele e fica a vagar com letrinhas e letrinhas...