"Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão" [Drummond] Pedi um tempo para Katy M. Assim não dava para suportar. Atenção exclusiva, por uns dias, não. Devolvi seus livros para a biblioteca, mas prometi-lhe que leria-os todos, até o fim. Estavam me sufocando. Esqueci um pouco, só um pouco, de Dottie. Deixei sua biografia marcada na página tal, porque duvido que alguma cabecinha, daquelas que zanzam pela universidade, possa ter o menor interesse por ela.
Big Loira ficou lá, pedindo pra deus que ele [não deus] ligasse. Agora admito. Sou um promíscuo sem caráter, um biscate que se vende por um conto acima da média. Pulei pro lado do inimigo, pulei a cerca. Confesso: estou lendo Virginia Woolf e uma biografia sua. Sei que poderei ser castigado pela duas - Katy e Dottie - mas, por favor... entendam minha poligamia literária. Nada pessoal, meninas. Ou seria extremamente pessoal? Mas o fato é que amo-as todas, com devoção. Isso é muito para um quase ateu. Prometo voltar, prometo... [alguém me falou a respeito de promessas: que, aquele que as faz, geralmente não cumpre].
Estou lendo escritores homens! o que é um fato muito raro de acontecer. Drummond e aquele título belíssimo,
Claro Enigma, e Raduan Nassar, o homem-que-só-escreveu-dois-livros, de quem achei esse
Menina a Caminho, quatro contos dos anos 60 e 70 extremamente interessantes. Gostei muito de
Um Copo de Cólera, literatura visceral, bem crua. Por pouco não levei Machado de Assis, Cervantes, Thomas Mann. Até Nietzsche. Uma tendência à fase de escritores? Pouco provável. Não acredito que dure por muito tempo. Apesar de, sim, ter passado muito tempo lendo Kerouac, querendo ser Kerouac; depois, lendo Salinger e pondo a cidade do avesso em busca de tudo que fosse dele e sobre ele. Querendo ser Holden Caulfield e achando que essa tal de família Glass realmente existe [aliás, acredito até hoje]. Mas Virginia está por perto. E com ela não se brinca.