12 juillet 2005

Por que Audrey Hepburn?

Olha que eu procurei palavras, me dispersei. Disseram que nem falo de mim, só dos livros. Mas porque sou apenas isso, tenho sido esses fragmentos. Ando espalhado pela estantes, pelos CDs arranhados, pela poeira entre as páginas e restos de conversa. Podem me encontrar no fundo da xícara de café, nas moedas sobre a mesa, no último metrô. Buscando não sei o quê em máquinas de escrever, em bicos-de-pena para escrita gótica, em cartas que, nem sempre, chegam a algum destino. Comprei uma foto de Audrey Hepburn que achei tão bonita, como se viesse de algum paraíso perdido. Está num porta-retrato agora, sobre a cabeceira da cama. Deve ser isso, a busca inútil por um paraíso. Quando olho para o retrato, eu quase acredito.

4 commentaires:

Dane a dit…

esse "as pessoas" não sei pq ,mas rodou rodou e em mim ficou.

nenhum xícara de café te cabe boboca...devia saber disso, até mesmo pq eu tentei caber no compartimento de cd pra ouvir a sylvia e ter vertigem, mas não deu

to com saudade de uma moça violeta comentando aqui...quem será????????

Anonyme a dit…

Que bonito texto... E eu também queria uma foto dela, pra fazer companhia ao James Dean. Que tu acha?

Anonyme a dit…

E porque ela é LINDA.

Mme. A. a dit…

Somos feitos de quê? Os que não são feitos de nada, aqueles todos que acordam, dormem, vão à academia, fodem suas esposas, compram o carro do ano e nem se lembram de seus próprios nomes, estes são feitos de cinzas, apenas cinzas e alguma coisa que ainda não identifico, mas sei que retira deles mesmos a vida que poderia fazer-lhes alguma diferença. Agora nós, os loucos, os alucinados, os escritores ou dublês, os que realmente sentem, pensam, dizem, ainda que bobagens, estes seres -- de cuja sociedade inevitavelmente fazemos parte -- são feitos de sonhos.

Talvez você sofra da mesma síndrome que eu, a da tristeza de ter nascido no tempo errado, onde todas as coisas que te interessam ou te fazem sorrir, ou fazem seu coração acelerar do nada já se acabaram ou saíram de moda. Então vivemos de nossos próprios ecos, que se originaram antes mesmo de serem concebidos.

Hmmm... Complicado...

Ouça Madeleine Peyroux.