06 juillet 2005

Desculpe, K.

"Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão" [Drummond]


Pedi um tempo para Katy M. Assim não dava para suportar. Atenção exclusiva, por uns dias, não. Devolvi seus livros para a biblioteca, mas prometi-lhe que leria-os todos, até o fim. Estavam me sufocando. Esqueci um pouco, só um pouco, de Dottie. Deixei sua biografia marcada na página tal, porque duvido que alguma cabecinha, daquelas que zanzam pela universidade, possa ter o menor interesse por ela. Big Loira ficou lá, pedindo pra deus que ele [não deus] ligasse. Agora admito. Sou um promíscuo sem caráter, um biscate que se vende por um conto acima da média. Pulei pro lado do inimigo, pulei a cerca. Confesso: estou lendo Virginia Woolf e uma biografia sua. Sei que poderei ser castigado pela duas - Katy e Dottie - mas, por favor... entendam minha poligamia literária. Nada pessoal, meninas. Ou seria extremamente pessoal? Mas o fato é que amo-as todas, com devoção. Isso é muito para um quase ateu. Prometo voltar, prometo... [alguém me falou a respeito de promessas: que, aquele que as faz, geralmente não cumpre].
Estou lendo escritores homens! o que é um fato muito raro de acontecer. Drummond e aquele título belíssimo, Claro Enigma, e Raduan Nassar, o homem-que-só-escreveu-dois-livros, de quem achei esse Menina a Caminho, quatro contos dos anos 60 e 70 extremamente interessantes. Gostei muito de Um Copo de Cólera, literatura visceral, bem crua. Por pouco não levei Machado de Assis, Cervantes, Thomas Mann. Até Nietzsche. Uma tendência à fase de escritores? Pouco provável. Não acredito que dure por muito tempo. Apesar de, sim, ter passado muito tempo lendo Kerouac, querendo ser Kerouac; depois, lendo Salinger e pondo a cidade do avesso em busca de tudo que fosse dele e sobre ele. Querendo ser Holden Caulfield e achando que essa tal de família Glass realmente existe [aliás, acredito até hoje]. Mas Virginia está por perto. E com ela não se brinca.

4 commentaires:

peripatética a dit…

ah, adorei seu post. tenho o mesmo problema, só que oposto, muitos problemas com escritoras, aliás mulheres em geral. afinal nem me considero mulher, mas quando digo isso as pessoas não entendem, então deixa para lá. sou muito digressiva, então deixa eu chegar ao ponto... minha irmã me contou de sua revolução das máquinas de escrever, e eu adorei a idéia, fico eu digitando nela (Violetti Valentina) até todos quererem me matar! ah, e também sou super a favor das cartas por correio!!! me dá seu endereço e eu te escrevo, assim essas coisas de pessoas que nem se conhecem e trocam cartas, sabe? então adorei a idéia. hehe falei que eu era digressiva. tem uma fotinho de violetti no meu blog. adorei suas coisas passarei aqui novamente. =)

Mme. A. a dit…

Não acredito que exista problema nenhum em se ser promíscuo com relação à leitura. Não foi Pessoa mesmo quem disse: "tudo vale a pensa quando a alma não é pequena"?

Acho que o maior problema na minha vida é me apaixonar pela mente das pessoas, é algo que não consigo controlar, que chega de repente e quando vejo, pá, já me derrubou da cadeira.

Deixo livros pela metade, da mesma forma com que esqueço meus copos de suco pela casa.

Dane a dit…

ha!
pop, tá vendo, depois você fala que escreve mal, e blá blá blá.
larguei a Biografia da Tia Dot tbm...(segredo...)
larguei um Borges que peguei, (sempre largo)
lí um do Chacal e pulei uns poemas(normal)
releio A Insustentável Leveza do Ser e me choco, não me lembrava que era tão rico, tão tão tão tão.
melhore querido, hoje parece bravo, suspense do cd do Bozo que vou te mandar!!!
=)

Anonyme a dit…

Só pra dizer, caso tu não consiga entrar no orkut, que a partir de ontem, uma semana sem falar com vossa senhoria. E sem desculpas.