Mary Timony - Matador Records
Fotografia de Annette Gallo © 2002
Fotografia de Annette Gallo © 2002
Livro de mais ninguém! Só meu! Só teu!
Num sorriso tu dizes e digo eu:
Versos só nossos mas que lindos sois!
Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente
Dirá, fechando o livro docemente:
"Versos só nossos, só de nós os dois...!"
Florbela Espanca, "O Nosso Livro"
Faz pouco tempo até, não achava que Florbela Espanca fosse lá muito cativante. Era um tanto piegas demais para o meu gosto. No entanto, tenho andado às voltas com sua poesia e me questionado: ou ando muito piegas ou essa mulher é mesmo muito boa. Mais do que justo ficar com a segunda opção.
E todo esse sentimentalismo barato culminou por me fazer cair aos pés de uma outra descoberta tardia: as músicas e a voz de Mary Timony, ex-vocalista de uma banda que não existe mais, fabulosa, diga-se de passagem. Chamava-se Helium, com suas melodias pop esquisitas recheadas de arranjos desconsertantes.
Agora que já ouvi tudo o que podia do Helium, me dedico a escutar os três discos gravados pela Mary T. Cada um mais delicioso que o outro, o que me deixa pasmo pelo pouco que se conhece a respeito dela, por não tocar numa rádio sequer. Tanta preciosidade junto e eu não sabia nada a respeito. Chance zero de que qualquer desses discos venha a aparecer numa loja iluminada por algum milagre . A não ser que um anjo qualquer tivesse a santa humildade de abandonar o conforto dos céus e nos presenteasse com essas maravilhas.
Mas, convenhamos. Músicas tão encantadoras como as de Mary Timony, não seria de se duvidar, seriam impiedosamente retidas pelas alfândegas do Paraíso.
Num sorriso tu dizes e digo eu:
Versos só nossos mas que lindos sois!
Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente
Dirá, fechando o livro docemente:
"Versos só nossos, só de nós os dois...!"
Florbela Espanca, "O Nosso Livro"
Faz pouco tempo até, não achava que Florbela Espanca fosse lá muito cativante. Era um tanto piegas demais para o meu gosto. No entanto, tenho andado às voltas com sua poesia e me questionado: ou ando muito piegas ou essa mulher é mesmo muito boa. Mais do que justo ficar com a segunda opção.
E todo esse sentimentalismo barato culminou por me fazer cair aos pés de uma outra descoberta tardia: as músicas e a voz de Mary Timony, ex-vocalista de uma banda que não existe mais, fabulosa, diga-se de passagem. Chamava-se Helium, com suas melodias pop esquisitas recheadas de arranjos desconsertantes.
Agora que já ouvi tudo o que podia do Helium, me dedico a escutar os três discos gravados pela Mary T. Cada um mais delicioso que o outro, o que me deixa pasmo pelo pouco que se conhece a respeito dela, por não tocar numa rádio sequer. Tanta preciosidade junto e eu não sabia nada a respeito. Chance zero de que qualquer desses discos venha a aparecer numa loja iluminada por algum milagre . A não ser que um anjo qualquer tivesse a santa humildade de abandonar o conforto dos céus e nos presenteasse com essas maravilhas.
Mas, convenhamos. Músicas tão encantadoras como as de Mary Timony, não seria de se duvidar, seriam impiedosamente retidas pelas alfândegas do Paraíso.
1 commentaire:
Pois é. Ninguém ouviu MT/Helium. Ninguem comentou. Ora somos dois privilegiados. Eu um tanto mais: estamos em 19 de fevereiro de 2007. Ouvi direto Magic City, só hoje duas vzs e agora estou escutando Helium (The Dirt Of Luck), pela 1ª vez. No momento em que não sei o que fazes da vida, em que sei como aproveito o momento posso arriscar dizer "um tanto mais".
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