22 novembre 2006

superpoderes



O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!

Pardalzinho, Manuel Bandeira, Petrópolis, 10-3-1943



com o vaso de violetas no colo, apagou as luzes da casa. apertou bem os olhos e repetiu, concentrando o pouco que ainda lhe restava de forças, no meio da sala escura, com a voz fraca e chorosa, baixinho:

vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível vou me tornar invisível


2 commentaires:

maria. a dit…

isso me lembrou "meu primeiro amor" quando ela tapava os ouvidos para nao escutar mais nada...


ando tao tao sem tempo :(

Anonyme a dit…

e isso me lembrou um menino tão tristinho q não sei mais se ele vive.