03 juin 2005

Linha 476

Nenhuma citação para começar porque esse texto parece até objetivo. Escrito assim, correndo contra o tempo, com destino à aula de Latim à noite, pegar ônibus, entregar o v.t. para o cobrador, sentar à janela e abrir Desmundo na pág. 92, fugir dos olhares dos passageiros, alunos, a maioria, da PUCRS, ônibus aos solavancos, Cristiano Fisher-Protásio-Oswaldo por quase meia hora, descer no Mercado, pegar Metrô, assistir à correria pelos bancos, encontrar um canto perto da porta e, de pé, retornar ao Desmundo... Fugir dos olhares dos passageiros, das manchetes de sempre dos piores jornais, das conversas paralelas, tão entusiasmadas, e que parecem ser as mesmas que ouvi pela manhã. Falam sobre trabalho antes de chegar ao trabalho. E falam sobre trabalho depois do trabalho. Mais meia hora e chego à Universidade. Só então é que percebo que não fui nada objetivo. Eu queria - e devia- ter falado sobre... livros. Sobre os livros de poesia da Daniela, aqueles que ela organiza pacientemente na estante, e acho que comprou um, toda saltitante pela São Paulo... E eu sem estante para acomodar meus livros, pilhas deles à minha espera. Me esperam Sylvia, Dostoiévski, Clarice, Anaïs, Kafka em quadrinhos, biografias, revistas de literatura, entre coisas emprestadas, compradas, surrupiadas. De olho nos livros das vitrines, nas estantes da biblioteca... Cervantes, Cacaso, Clarice, Carpinejar, Hilda, Lewis Carroll. Comecei minhas listas, meus Top Five, Dani, mas espere que vou procurar os nomes dos discos... Era para falar de livros, mas falei em discos. Abaixo a objetividade!

1 commentaire:

Anonyme a dit…

Nossa.. sem palavras. teu blog eh tipo, totalmente surreal! eu odeio essas coisas d ter q entrar pra conetar e talz pq tudo eh sempre a mesma coisa, a mesma futilidade. nao digo q posso estar surpresa, pq feito por vc, soh podia ser diferente e incrível. parabéns de verdade.
te adoro!